DUROU POUCO
O Instituto Gerir apresentado como a salvação da saúde e, mais especificamente, do então combalido Hospital Regional “Dr. José de Simone Netto”, teve vida curta na fronteira. Assumiu a gestão no segundo semestre de 2016 e findou sua história neste mês de março. Será que tem algum culpado? Pelo menos por enquanto não é possível afirmar. O que se sabe de concreto até agora é que a Secretaria de Estado de Saúde acusa o Gerir de não cumprir com o combinado. Do outro lado a acusação é a mesma, o Estado é que não teria cumprido com o que havia sido acordado. Diante da situação, na coluna de hoje vamos transmitir as versões oficiais dos dois lados, premissa do bom jornalismo.
ESTADO
A secretária de Estado de Saúde informou terça-feira, dia 19, que as sucessivas crises levaram o Estado a substituir a Organização Social Instituto Gerir da gestão do Hospital Regional de Ponta Porã. Disse que sai o Gerir diante de uma série de reclamações inclusive de funcionários que reclamam da falta de condições de trabalho e atrasos de pagamentos salariais. O Estado informou que no dia anterior a decisão enfermeiros já tinham cruzado os braços porque não recebiam seus salários, fato que já havia se repetido outras vezes. Para resolver a situação o próprio governo estadual está buscando meios de fazer os pagamentos.
ESTADO, AINDA
O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, não só confirmou a saída do Instituto Gerir como também disse que já foram iniciadas as tratativas para contratação de uma outra instituição para assumir a gestão do maior hospital credenciado pelo SUS na região de fronteira. Através de nota, a Secretaria de Estado de Saúde, informou que quando a gestão foi repassada ao Instituto Gerir a promessa era de modernização do sistema de gestão o que geraria economia e melhora nos serviços. Ressalta que o Instituto enfrenta problemas judiciais em outros Estados o que impossibilita o pagamento de fornecedores e servidores da instituição. Até agora o Gerir atingiu 66% das metas contratuais e que somente com o atingimento dos objetivos qualitativos e quantitativos é que são feitos os repasses, visando eficiência, eficácia e efetividade ao atendimento exclusivo a pacientes do SUS. Geraldo Resende informou que o Estado vai insistir na terceirização e que uma nova Organização Social deverá ser escolhida para assumir a gestão hospitalar.
OUTRO LADO
Já uma nota de esclarecimento enviada ao Jornal Regional pelo assessor do Instituto Gerir, Leonardo Cremer, diz que partiu da Organização Social o pedido de rescisão contratual. O pedido, segundo ele, foi feito no dia 11 de março através de ofício encaminhado à Secretaria de Estado de Saúde. “O principal motivo do Gerir para a tomada desta decisão, citado no documento, é a falta de regularidade nos pagamentos mensais à esta organização social para que a mesma possa realizar a gestão do Hospital de maneira efetiva e com qualidade, tendo em vista que foram apresentados documentos à Secretaria de Estado de Saúde comprovando a ligação entre os períodos de falta de regularidade nos repasses e a dificuldade no cumprimento de metas”, diz a nota.
OUTRO LADO, AINDA
Ainda, segundo o assessor, o principal motivo do Gerir para a tomada desta decisão, citado no documento encaminhado para o Estado, foi a falta de regularidade nos pagamentos mensais à organização social para que a mesma pudesse realizar a gestão do Hospital de maneira efetiva e com qualidade, tendo em vista que foram apresentados documentos, que segundo ele, comprovam a ligação entre os períodos de falta de regularidade nos repasses e a dificuldade no cumprimento de metas. “O não cumprimento das obrigações contratuais relacionados à falta de regularidade nos repasses tornou a gestão do Hospital insustentável, tendo em vista que acarretou em alguns períodos a consequente paralisação dos funcionários da unidade por atrasos nos salários, bem como a paralisação de serviços oferecidos e o desabastecimento de insumos e medicamentos. No total, o Governo do Estado através Secretaria de Saúde de Mato Grosso do Sul deve ao Gerir R$ 11.650.438,11, sendo que deste valor 8.954.055,31 são referentes à repasses atrasados e R$ 2.696.382,80 corresponde ao valor dos investimentos feitos nas obras realizadas no HR e que não foram pagas. É preciso ressaltar que apesar das adversidades, pela primeira vez na história o Hospital Regional de Ponta Porã pôde contar com 10 leitos de UTI, hemodiálise, e as cirurgias eletivas tiveram aumento de 712% entre 2017 e 2018, para citar alguns exemplos. Por fim, o Gerir reconhece as dificuldades da Secretaria de Saúde dentro de toda a estrutura e demanda do Estado e espera que a partir deste momento sejam cumpridas as obrigações no que tange à dívida com o Instituto”, ressalta.
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