*Edilson José Alves
Os amantes do rock n’roll perderam neste mês uma de suas lendas, Little Richard. Ele surgiu para a música nos anos 50 quando começou a trilhar os caminhos do ritmo do qual era considerado um dos fundadores. Tombou aos 87 anos deixando um grande legado que serviu de inspiração para outros grandes nomes como Paul McCartney, Davie Bowie, o "Camaleão do Rock", e o pai do rock brasileiro, Raul Seixas.
Segundo relatos do próprio Little Richard, o rock n’roll surgiu como fonte de libertação, mas a resistência familiar foi tanta que ainda adolescente foi expulso de casa. Os pais evangélicos não aceitavam o tipo de música que brotava espontaneamente no coração e dominava alma e corpo do músico, que através de uma energia avassaladora, cantava, dançava, fazia verdadeiros malabarismos no palco, o que levou a ganhar fama no mundo inteiro.
Raul Seixas era um dos inspirados por Little Richard. No último álbum feito em parceria com o Camisa de Vênus, Marcelo Nova, Raul cantou que há muito tempo atrás na velha Bahia imitava Little Richard e se contorcia, as pessoas se afastavam pensando que ele estava tendo um ataque de epilepsia. Rebeldia ao extremo.
Em 1956, Little Richard deu um grito “A-wop-bop-a-loo-bop-a-wop-bam-boom”, o som ecoa até hoje pelo mundo todo. Foi de fato criador de um estilo conquistador da juventude não apenas dos anos 50, mas de décadas que se seguiram. Sua música faz e continuará fazendo sucesso por muito tempo.
Ele foi pioneiro na postura cênica, quebrou tabus, lançou novo jeito de se vestir e dançar, estilo de vida livre, liberdade total, atitudes literalmente contrárias aos valores da época defendidos com unhas e dentes pela classe média americana. Foi uma figura extremamente inovadora e revolucionária.
Little Richard se notabilizou pela rebeldia, com seu estilo musical agressivo, dono de uma música incendiária, mas por outro lado vivia constantes conflitos pelas crenças religiosas adquiridas ainda quando criança junto da família. Por duas vezes, mesmo contra a vontade dos seus milhares de fãs pelo mundo, decidiu abandonar a carreira. A primeira no final dos anos 50, voltou em 62 e abandonou novamente em 76, para viver a vida de pastor evangélico. Somente nos anos 90 voltou em definitivo para escrever as suas últimas páginas na história do rock mundial.
*Jornalista
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